sexta-feira, 25 de maio de 2007

Gabriel José Garcia Márquez/Memória de minhas putas tristes


Minha opinião

No seu aniversario de 90 anos o personagem principal do livro (que não tem nome, talvez por representar a todos em todas as idades) resolve comemorar em grande estilo, com uma jovem virgem, a dificuldade começa em conseguir essa jovem. O personagem então começa a contar sua vida, não em seqüência cronológica, mas em flexes que vão e vem. Finalmente a cafetina-mor da cidade encontra a jovem tão esperada, após uma noite em que nada acontece – não por falta de vontade ou condição – nosso personagem que se orgulhava de nunca ter se apaixonado, apaixona-se e percebe que agora esta realmente vivendo. E como apaixonado passa por todos os tormentos e prazeres que este sentimento proporciona. Um ponto muito interessante é o fato de aos 90 anos nosso personagem não se comportar como imaginamos que uma pessoa nessa idade se comportaria, aliás, se não nos fosse dito a idade nunca a adivinharíamos. Bom, já contei muito desse ótimo livro, caso queira saber mais leia-o. Viaje você também neste livro...

Sobre o autor

Gabriel José Garcia Márquez, nasceu às 9 horas da manhã do dia 6 de março de 1928 na aldeia de Aracataca na Colômbia, não muito distante de Barranquilla. Seu pai, homem de onze filhos, tinha uma pequena farmácia homeopática, e seu avô materno era um veterano da Guerra dos Mil Dias, cujas histórias encantavam o menino. A família deixou então Aracataca devido à crise da plantação bananeira, e Gabriel estudou em Barranquilla e no Liceu Nacional de Zipaquirá. Iniciou o curso de Direito em Bogotá entre 1947 e 1948, e nessa época publicou seu primeiro conto. Trabalhou como jornalista em Cartagena, Barranquilla e depois em El Espectador de Bogotá, onde fez grandes reportagens e críticas de cinema. Em 1955 ganhou um concurso nacional de contos e foi enviado especial do jornal à Conferência dos Quatro Grandes, em Genebra; estudou no Centro Experimental de Cinema de Roma e fez uma viagem de três meses aos paises socialistas, radicando-se depois em Paris. Em 1956 voltou à Colômbia para casar-se com Mercedes Barcha: tem dois filhos: Rodrigo e Gonzalo. Mais tarde trabalhou como jornalista em Caracas e em 1960 foi para New York como representante da Prensa Latina, agência cubana, nas Nações Unidas, indo em seguida para o México, onde viveu seis anos escrevendo roteiros para cinema.

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Sobre o livro

O livreto não pode ser chamado de romance, seja porque é de fato um livreto, com suas 128 páginas impressas com um corpo de letra bem grande, seja porque possui, se tanto, três personagens. É o narrador (um homem sem nome ou sobrenome), uma cafetina gorda e velha e uma menina jovem e virgem. É uma novela, boa novela. Rosa Cabarcas é a prostituta-mor que tem a missão de conseguir uma adolescente pura com quem o antigo-jornalista-aposentado-e-antiquado possa comemorar os seus 90 anos de vida numa noite de esbórnia. Narrado em primeira pessoa, e muito bem escrito, com a maestria técnica a que só um escritor do gabarito e do talento de Gárcia Márquez consegue chegar, o personagem por vezes não consegue convencer aquele para quem fala de que é, sim, um senhor de 90 anos. A impressão que se tem é que o homem pode ter 30, 49 ou 65 anos. Quando ele diz que vive “numa casa colonial na calçada de sol do parque de San Nicolkás, onde passei todos os dias da minha vida sem mulher nem fortuna...”, está bem, parece um ancião relembrando dias longínquos. Talvez falte ali uma dor, uma rabugice, uma dificuldade qualquer, algo mais característico da idade avançada, física ou psicologicamente. Nem resmungão, nem doente, nem casmurro, nem nada. É alguém falando, e poderia ser o próprio leitor a contar sua história, independente de quantos carnavais já pulara. Trechos como “E me acostumei a despertar cada dia com uma dor diferente que ia mudando de lugar e forma, à medida que passavam os anos. Às vezes parecia ser uma garrotada da morte e no dia seguinte se esfumava” repõem as coisas no lugar. Mas são bem raros. Por ser uma obra de curto fôlego e por ser muito bem escrita, lê-se Memórias de Minhas Putas Tristes de uma sentada, em uma ou duas horas. É recompensador, ao fim do livro, perceber que o narrador vai ficando cada vez mais leve ao sentir que não vai morrer ao entrar no seu 91º ano de vida e que está disposto a viver com plenitude e sabor os seus cem anos de solidão.

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sexta-feira, 4 de maio de 2007

Pedro Bandeira/O fantástico mistério de Feiurinha

Minha opinião

Desta vez vou falar e indicar um livro infantil para todas as idades. Acho que a maioria já leu uma história de Pedro Bandeira, principalmente os livros cujos personagens formam o grupo de amigos chamado os Karas, ótimas aventuras protagonizadas por estes jovens. Este livro que apresento, no entanto, é pouco conhecido, confesso que nunca tinha ouvido falar dele até ter sido apresentado e ganhado um de presente - uma amiga muito especial que amo muito -. Todos imaginamos o que acontece nas histórias depois da celebre frase "e viveram felizes para sempre", pois o livro é exatamente isso, o depois, as princesas na vida diária de donas-de-casa. Um fato então acontece e as princesas sem saber a quem recorrer pedem auxilio ao autor que tenta ajuda-las da melhor maneira. Um livro muito divertido que não conseguimos parar de ler. Se você tem curiosidade de saber "o depois" este livro te dará uma ideia. Viaje você também neste livro...



Sobre o autor
Pedro Bandeira nasceu em Santos, SP, em 9 de março de 1942, onde dedicou-se ao teatro amador, até mudar para São Paulo a fim de estudar Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP). Morando então na capital, casou-se com Lia, com quem teve três filhos: Rodrigo (31) e Marcelo e Maurício (28). Ah! E tem duas netinhas: Melissa e Michele. Além de professor, trabalhou em teatro profissional até 1967 como ator, diretor, cenógrafo e com teatro de bonecos. Mas desde 62, Pedro já trabalhava também na área de jornalismo e publicidade, começando na revista "Última Hora" e depois na editora Abril, onde escreveu para diversas revistas e foi convidado a participar de um coleção de livrinhos infantis. O primeiro livro "O dinossauro que fazia au-au", voltado para as crianças, fez um grande sucesso. Mas foi com "A Droga da Obediência", voltado para adolescentes - que ele considera seu público alvo - que ele se consagrou. A inspiração para cada história, segundo o autor, vinha de livros que leu e nos acontecimentos de sua própria vida. Já escreveu mais de 50 livros, entre eles a série "Os Karas", "A marca de uma lágrima", "Agora estou sozinha...", "A hora da verdade" e "Prova de Fogo". Atualmente vive em São Roque.

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Sobre o livro

Você se lembra, não é? Quase todas as histórias antigas que você leu terminavam dizendo que a heroína se casava com o príncipe encantado e pronto. Iam viver felizes para sempre e estava acabado. Mas o que significa "viver feliz para sempre"? Significa casar, ter filhos, engordar e reunir a família no domingo para comer macarronada? Quer dizer que a felicidade é não viver mais nenhuma aventura? como é que alguém pode viver feliz sem aventuras? Ah, não pode ser! Não é possível que heróis e heroínas tão sensacionais tenham passado o resto da vida assistindo ao tempo passar feito novela de televisão. É preciso saber o que acontece depois do fim.
Pois agora você vai ter oportunidade! Conheça todos os mistérios que acontecem depois do fim!

Fonte

BANDEIRA, Pedro. O fantástico mistério de feiurinha. 23. ed. São Paulo: FTD, 1999. 94 p.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

A. J. Cronin/A cidadela

Minha Opinião

Um de meus autores favoritos, em poucos livros vi uma descrição tão realista do ser humano, é quase impossível não se reconhecer e reconhecer pessoas próximas em seus personagens. Pessoas que batalham o dia-a-dia, carregadas de esperança, como cada um de nós. Neste livro - o 1º que li - o autor nos mostra um pouco de suas experiências como médico, sendo o personagem principal um cirurgião o autor pode através dele expor suas dificuldades e tragédias ocorridas nas minas de carvão inglesas. É de um realismo chocante a descrição das condições de trabalho a que eram submetidos estes mineradores, paralelo a esse drama coletivo - de toda uma comunidade - participamos do drama de um jovem médico e sua esposa que precisam conviver com esta situação para poder sobreviver, vendo suas tentativas de uma melhor condição de vida serem sempre frustradas. Mas algo acontece, uma oportunidade se apresenta, algumas decisões são tomadas e esse jovem casal vê uma mudança de vida em seu futuro, a questão é: as decisões certas foram tomadas? Te convido a ler e tirar suas conclusões, Viaje você também neste livro...



Sobre o autor
Archibald Joseph Cronin nasceu em Cardross, Strathclyde, única criança de Jessie (Montgomerie) Cronin e Patrick Cronin. Sua infância foi sombreada pela morte de seu pai e pobreza; sua mãe esforçou-se para criá-lo sozinho. Cronin foi admitido na Academy de Dumbarton custeado por seu tio. Em 1914 entrou na escola médica da universidade de Glasgow, graduando-se em 1919. Durante a I guerra mundial Cronin serviu como um cirurgião na marinha real. Depois da guerra trabalhou como o cirurgião de um navio em caminho para Índia, e servil em vários hospitais. Foi casado com, Agnes Mary Gibson, se conheceram na universidade de Glasgow. Mudou-se com sua esposa, que também era médica, para Tregenny, uma pequena cidade de mineradores no Wales sul, e então para Tredegar, onde ficaram três anos, e onde sua primeira criança nasceu. Após ser eleito Inspetor médico das minas em 1924, começou investigar doenças ocupacionais na indústria de carvão. Estas experiências deram forma à base de suas obras.

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Sobre o Livro

Obra do início do século vinte e mais conhecida do médico e escritor britânico que influenciou jovens do mundo inteiro a cursar medicina. Conta à história de um médico em início de carreira, honesto mas ambicioso, tentando alcançar seus objetivos. Era médico como seu personagem Andrew e, por isso, o livro ensina bastante coisa sobre a medicina daquela época. Como no livro, os tuberculosos ainda hoje, infelizmente, carregam o estigma de portadores de uma doença contagiosa e são afastados da convivência social.

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