terça-feira, 13 de novembro de 2007

Dee Brown/Enterrem meu coração na curva do rio


Minha opinião


Acho que como eu, a maioria das pessoas que são de minha faixa etária, são fãs de filmes de BANG BANG/Faroeste, quem nunca brincou ou teve um brinquedo que lembrasse a 7º cavalaria ou uma tribo indígena. Este livro que hoje lhes apresento conta esta história, mas ao contrário da bela história encenada nos filmes ou retratada nos romances, este é um relato histórico verdadeiro. Neste livro poderemos realmente conhecer quem eram os bandidos e quem eram os mocinhos, é um relato de como foi a destruição de um povo milenar, tanto material como culturalmente, um povo que recebeu como irmão os estranhos e mal-cheirosos homens brancos e recebeu em troca morte e destruição. No livro o autor restringe sua pesquisa aos Estados Unidos da América, mas podemos muito bem transpor os fatos para uma área maior e abranger todas as Américas, boa parte da África e Oceania, terras que tiveram a infelicidade de receber o homem branco. Homens que se achavam no direito de civilizar aqueles que poderiam muito bem nos dar lições de civilização, povos que não se importavam em dividir o que o "Grande Espírito" lhes deu, pois acreditavam que havia terra bastante para todos. Como disse, este não é um romance, mas um relato, nada cansativo ou entediante, em que o autor nos possibilita conhecer histórias reais de verdadeiros heróis. Viaje você também neste livro...


Sobre o autor

Dee Brown, bibliotecário de profissão, é uma das maiores autoridades na história do Oeste Americano. Passou mais de dois anos pesquisando relatos de reuniões de assinatura de tratados, se massacres e histórias tribais para escrever seu livro. Formou-se na Universidade George Washington, na capital americana, hoje dedica parte de seu tempo à pesquisa e seu trabalho na biblioteca da Universidade de Illinois.

Fonte:

BROWN, Dee. Enterrem meu coração na curva do rio. 4. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1970. 292 p.

Sobre o livro

É o eloquente e meticuloso relato da destruição sistemática dos índios da América do Norte. Lançando mão de várias fontes, como registros oficiais, autobiografias, depoimentos e descrições de primeira-mão, Dee Brown faz grandes chefes e guerreiros das tribos Dakota, Ute, Sioux, Cheyenne e outras contarem com suas próprias palavras sobre as batalhas contra os brancos, que, na segunda metade do século XIX, terminou por desmoralizá-los, derrotá-los e praticamente extinguí-los. Publicado originalmente em 1970, este livro foi traduzido para dezessete línguas e vendeu quatro milhões de exemplares. Com ele, Dee Brown, um dos maiores especialistas em história norte-americana, mudou para sempre o modo do mundo ver a conquista do Velho Oeste e a história do extermínio dos peles-vermelhas.

"Onde estão hoje os Pequots? Onde estão os narragansetts, os moicanos, os pokanokets e muitas outras tribos outrora poderosas de nosso povo? Desapareceram diante da avareza e da opressão do Homem Branco, como a neve diante de um sol de verão. Vamos nos deixar destruir, por nossa vez, sem luta, renunciar a nossas casas, a nossa terra dada pelo Grande Espírito, aos túmulos de nossos mortos e a tudo que nos é caro e sagrado? Sei que vão gritar comigo: Nunca! Nunca!"
TECUMSEH, dos shawnees

"De quem foi a voz que primeiro soou nesta terra? A voz do povo vermelho que só tinha arcos e flechas... O que foi feito em minha terra, eu não quis, nem pedi; os brancos percorrendo minha terra... Quando o homem branco vem ao meu território, deixa uma trilha de sangue atrás dele... Tenho duas montanhas neste território - as Black Hills e a montanha Big Horn. Quero que o Pai Grande não faça estradas através delas. Disse estas coisas três vezes; agora venho dizê-las pela quarta vez."
MAHPIUALUTA (Nuvem Vermelha), dos sioux oglalas