sábado, 17 de março de 2007

Júlio Verne


Minha opinião

Diferente do modo como habitualmente tenho postado, desta vez não darei minha opinião sobre um livro, mas sobre um autor. As aventuras escritas por Júlio Verne me proporcionaram horas de muita emoção e aventura na minha infância e adolescência. Júlio Verne é um gênio da imaginação capaz de detalhar minuciosamente o cenário de suas histórias, como se lá realmente estivesse estado. Na imagem abaixo pode-se ver o mínimo do que foi sua produção literária. Histórias recheadas de heroísmo, perspicácia, inteligência, visão futurística e muita, muita sorte por parte do personagem principal, ou seja, ingredientes essenciais para uma boa aventura, junte-se a isso um enredo envolvente e você terá uma percepção do que encontrara. Não pense que estas histórias são de cunho infantil ou infanto-juvenil, são para todas as idades. Para você pegar o gosto por este grande autor, recomendo Miguel Strogoff, um mensageiro que viaja por toda Rússia a serviço do Czar. Vamos, não perca esta aventura, acompanhe Miguel Strogoff nesta viajem. Viaje nestes livros você também...


Sobre o autor

Júlio Verne foi escritor, ensaísta e escreveu também para o teatro, tornou-se famoso por suas obras onde a aventura e as grandes descobertas científicas são o tema de seus enredos, também é considerado um visionário já que muito antes do homem viajar para a lua, ou da invenção do fax ou do submarino nuclear, Verne já colocava ao dispor de seus leitores essas jóias da tecnologia. Júlio Verne nasceu em 1828 em Nantes cidade pitoresca da França, aos vinte anos com o intuito de estudar direito muda-se para Paris era o ano de 1848. Apaixonado pela literatura e pelo teatro logo começa a escrever peças e incentivado por Alexandre Dumas (Pai), estréia sua primeira peça em 1950 "Palhas Quebradas”, neste mesmo ano começa a trabalhar no Teatro Lírico de Paris. Em 1851 demonstra um grande interesse pelas novas descobertas científicas e pela geografia, ciências pelas quais sempre teve fascínio, porém agora ele as estuda mais seriamente visando seu propósito maior escrever suas obras. Em 1857 casa-se com Honorine-Anne-Hebe Morel e para manter a casa se emprega na Bolsa de Valores de Paris, mas sem deixar de lado seus escritos. Em 1862 ele apresenta a editora Hetzel a obra “Cinco Semanas em um Balão" a venda desse livro foi um sucesso primeiro na França e depois no mundo seu editor fecha um contrato com Verne de vinte anos, com os ganhos de suas futuras obras ele pode abandonar seu emprego na Bolsa de Valores e se dedicar inteiramente a literatura. Júlio Verne é convidado por sua editora a colaborar em uma nova revista chamada: Revista de Educação e Recreação, ele manda seus primeiros escritos para lá. Em 20 de março de 1864 na estréia da revista seu conto é publicado, assim nascem várias de suas obras mais conhecidas: Viagem ao centro da Terra e As aventuras dos Capitão Hátteras. A partir de 1865 ele pública, Da Terra a Lua e Ao redor da Lua, estes últimos lançados em capítulos publicados no Journal des Débats. Outras obras se seguiram: A volta ao mundo em oitenta dias, Vinte mil léguas submarinas e A esfinge dos gelos. Em Vinte mil léguas submarinas aparece o Nautilus, submarino com dispositivo semelhante ao mecanismo termo nuclear utilizado atualmente, conhecemos também um dos seus personagens mais famosos Capitão Nemo. Que sonha em construir uma base submarina para sua nação utópica e organizada utilizando a energia nuclear para suprir as necessidades de abastecimento desta base. Em 1880 Júlio Verne muda seu contexto otimista e começa a criticar e mostrar sua descrença no futuro da humanidade e o uso que esta daria aos avanços tecnológicos assim ele escreve Robur o Conquistador, que através de sua máquina voadora chamada de Albatroz traz pânico para os moradores de vários países, uma espécie de caricatura dos países que detinham o poder na época e que estavam prestes a detonar a Guerra Franco-Prussiana e posteriormente a Primeira Guerra Mundial.Em 1994 seu manuscrito Paris no século XX foi lançado, esta obra tinha sido recusada pela editora Hetzel no fim da década de 1880. Neste livro Verne nos mostra um futuro depressiva, muito diferente de suas obras otimistas anteriores a 1880, nesta obra podemos constatar a fama de visionário de Verne, onde ele narra sobre uma Paris super povoada, contrastes de perfis sociais e econômicos, metrôs lotados e aparelhos semelhantes ao nosso fax. Júlio Verne morreu em 24 de março de 1905, ao todo escreveu 80 romances e montou 15 peças de teatro, sozinho ou com colaboradores, no início era considerado um pouco à margem das grandes obras e escritores da época (século XIX), porém sua imaginação prodigiosa e suas histórias fantasiosas conquistaram um público cativo que ávido por aventuras e descobertas científicas viram na obra de Verne uma válvula de escape. Suas obras falam da humanidade e seu futuro com grande esperança, concebendo várias conquistas no mundo tecnológico que estava prestes a começar no final do século XIX.
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domingo, 11 de março de 2007

Umberto Eco/O nome da rosa


Minha opinião

Este romance "policial" que se passa em meados do século XIV é uma excelente opção para boas horas de lazer e porque não, aquisição de conhecimento histórico. Em um monastério com grande tradição de guardião do conhecimento, com uma biblioteca enorme que é um verdadeiro labirinto, assassinatos mistériosos acontecem. Um monge inglês conhecido por sua inteligência e perspicacia é chamado para investigar. Nesse ponto ocorre um choque entre as crenças religiosas que explicam estes estranhos "crimes" através de supertição, bruxaria e a vontade de Deus, com o que podemos chamar como ciência "rudimentar" representada por esse monge inglês, que tenta e consegue elucidar os crimes por meio da busca de fatos consistentes, pela analise critica, por uma investigação "livre" de influências religiosas. Este ótimo romance nos fala de forma simples sobre um importante fato histórico, o fim da idade das trevas e o ínicio do que mais tarde passou a ser conhecido como ciência moderna. Mas para saber como é essa investigação, os motivos que levam a esses crimes e como acontecem você tera de fazer como eu, e viajar também neste livro...





Sobre o autor
Umberto Eco nasceu no dia 5 de janeiro de 1932, em Alessandria, Piemonte, na Itália. Filho de Giulio Eco e Giovanna Bisio, mudou-se com sua mãe para uma vila nas montanhas de Piemonte durante a Segunda Guerra Mundial. Começou a estudar Direito, incentivado por seu pai, na Universidade de Turim. Depois, decidiu deixar os estudos de Direito para se dedicar à Filosofia Medieval e à Literatura. Em 1954, doutorou-se em Filosofia. Começou, então, a trabalhar como editor de programas culturais na RAI, rede de televisão estatal italiana. Publicou seu primeiro livro em 1956, Il Problema Estetico in San Tommaso. Três anos depois, perdeu seu emprego na RAI, mas conseguiu muitos trabalhos como professor e conferencista, além de se tornar editor de literatura de não-ficção da Casa Editrice Bompiani, em Milão. Eco escreveu colunas para diversas publicações, destacando-se: Il Verri, Corriere della Sera, L'Espresso, Il Giorno, La Stampa, Il Manifesto e La Repubblica. Em 1962, publicou o livro Obra Aberta. Nesse mesmo ano, casou-se com a instrutora de arte Renate Ramge. Trabalhou como professor de Comunicação Visual em Florença e de Semiótica em Milão. Nessa época, escreveu muitos ensaios e livros sobre semiótica. Em 1971, tornou-se professor de Semiótica da Universidade de Bolonha. Organizou o primeiro congresso da Associação Internacional para Estudos da Semiótica em 1974. Ao longo de sua carreira, lecionou como professor visitante em instituições de ensino de vários países.

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Sobre o livro

Ficção de estréia de um dos mais respeitados teóricos da semiótica, O Nome da Rosa transformou-se em prodígio editorial logo após seu lançamento, em 1980. Tamanho sucesso não parecia provável para um romance cuja trama se desenrola em um mosteiro italiano na última semana de novembro de 1327. Ali, em meio a intensos debates religiosos, o frade franciscano inglês Guilherme de Baskerville e seu jovem auxiliar, Adso, envolvem-se na investigação das insólitas mortes de sete monges, em sete dias e sete noites. Os crimes se irradiam a partir da biblioteca do mosteiro - a maior biblioteca do mundo cristão, cuja riqueza ajuda a explicar o título do romance: "o nome da rosa" era uma expressão usada na Idade Média para denotar o infinito poder das palavras. Narrado com a astúcia e graça de quem apreciou (e explicou) como poucos as artes do romance policial, O Nome da Rosa encena discussões de grandes temas da filosofia européia, num contexto que faz desses debates um ingrediente a mais da ficção. O livro de Eco é ainda uma defesa da comédia - a expressão do homem livre, capaz de resistir com ironia ao peso de homens e livros.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Francisco Cândido Xavier/Renúncia


Minha opinião

Este livro retrata a vida de uma jovem, uma vida paltada pela RENÚNCIA, não a RENÚNCIA de algumas coisas por outras, mas a RENÚNCIA total de sua felicidade e seu bem-estar pela felicidade e bem-estar de alguém. Sendo um romance espírita, esta história nos é contada como um exemplo a ser ao menos minimamente seguido, raríssimas são as pessoas que se doam de tal forma. Não é fácil, na verdade para mim seria impossível seguir um exemplo como este que é retratado. A personagem no entanto parece encontrar nesta doação total ao próximo, sua “felicidade”, não neste plano, mas em outro, a tão esperada recompensa para aqueles que se dedicam com tal desprendimento. É um exemplo que você seguiria ou esta seguindo? Leia o livro, reflita e tire suas conclusões. Viaje você também neste livro...

Sobre o autor

O maior e mais prolífico médium psicógrafo do mundo, Francisco Cândido Xavier nasceu em Pedro Leopoldo, modesta cidade de Minas Gerais, Brasil, em 2 de abril de 1910. Viveu, desde 1959, em Uberaba, no mesmo Estado, desencarnando no dia 30 de junho de 2002, dia em que o Brasil sagrou-se pentacampeão mundial de futebol. Seu desenlace ocorreu pacificamente, no próprio lar, onde foi encontrado sereno, ainda em atitude de prece a Deus. Conforme revelara a amigos mais íntimos, tinha o desejo de partir num dia em que o "povo brasileiro estivesse muito feliz". Completou o curso primário, apenas. Pais: João Cândido Xavier e Maria João de Deus, desencarnados em 1960 e 1915, respectivamente. Infância difícil; foi caixeiro de armazém e modesto funcionário público, aposentado desde 1958. Em 8 de julho de 1927 participa de sua primeira reunião espírita. Até 1931 recebe muitas poesias e mensagens, várias das quais saíram a público, estampadas, à revelia do médium, em jornais e revistas, como de autoria de F. Xavier. Nesse mesmo ano, vê, pela primeira vez, o Espírito Emmanuel, seu inseparável mentor espiritual até hoje.

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Sobre o livro

Velhas recordações Quem poderá deter as velhas recordações que iluminam os caminhos da eternidade? Lembramo-nos de Alcione, desde os dias de sua infância. Muitas vezes a vi, com o Padre Damião, num velho adro de Espanha, passeando ao pôr do Sol. Não raro, levantava o semblante infantil para o céu e perguntava, atenciosa: Padre Damiano, quem terá feito as nuvens, que parecem flores grandes e pesadas, que nunca chegam a cair no chão? Deus - minha filha - dizia o sacerdote. Mas, como se no coração pequenino não devesse existir esquecimento das coisas simples e humildes, voltava ela a interrogar: E as pedras? - quem teria criado as pedras que seguram o chão? Foi Deus também. Então, após meditar de olho mergulhados no grande crepúsculo, a pequenina exclamava: Ah! como Deus é bom ! Ninguém ficou esquecido!E era de ver-se sua bondade singular, o interesse pelo dever cumprido, dedicação à verdade e ao bem. Cedo compreendi que a família afetuosa de Ávila se constituía de amizades vigorosas, cujas origens se perdiam no tempo. Os anos - minutos do relógio da eternidade - correram sempre movimentados e cheios de amor. A criança de outros tempos tornar-se-á benfeitora cheia de sabedoria. Sua vida não representava um feixe de atos comuns, mas um testemunho permanente de sacrifícios santificantes. Desde a primeira juventude, Alcione transformar-se-á em centro de afeições, em fonte de luz viva, onde se podiam vislumbrar as claridades augustas do Céu. Sua conduta, na alegria e na dor, na facilidade e no obstáculo, era um ensinamento generoso, em todas as circunstâncias.Creio mesmo que ela nunca satisfez a um desejo próprio, mas nunca foi encontrada em desatenção aos designos de Deus. Jamais a vi preocupada com a felicidade pessoal; entretanto, interessava-se com ardor pela paz e pelo bem de todos. Demonstrava cuidado singular em subtrair, aos olhos alheios, seus gestos de perfeição espiritual, porém queria sempre revelar as idéias nobres de quantos a rodeavam, a fim de os ver amados, otimistas, felizes. Minhas experiências rolaram devagarzinho para os arcanos do Tempo, a morte do corpo arrastou-me a novos caminhos e, no entanto, jamais pude esquecer a meiga figura de anjo, em trânsito pela Terra. Mais tarde, pude beijar-lhe os pés e compreender-lhe a história divina. O resultado desse conhecimento vibra esforço singelo, que não tem pretensões a obra literária. Este é um livro de sentimentos, para quem aprecia a experiência humana através do coração. Em particular, falará a todos os que se encontram encarcerados, sentenciados, esquecidos daquele amor que cobre a multidão dos pecados, consoante os ensinamentos de Jesus. A maioria dos aprendizes do Evangelho deixa-se tomar, em sentido absoluto, pelas idéias de resgate escabroso, de olho por olho, ou, então, pela preocupação de recompensa na Terra ou no Céu. Aqui, comenta-se reencarnações criminosas; ali, espera-se tão só prantos amargos; além, existem corações anelantes de remansado e ocioso poliu. A esperança e a responsabilidade se não possam negar o caráter incorruptível da Justiça, porém, não se deverá esquecer o otimismo, a confiânça, a dedicação e todas as energias que o amor procura despertar no âmago das consciências. Para as almas sinceras, que ainda solucem nos laços do desânimo e desalento, a história de Alcione é um bálsamo reconfortante. Naturalmente que ela própria, qual amorosa visão da Espiritualidade eterna, emergirá das páginas luminosas da sua experiência, perguntando ao leitor que se sinta oprimido e exausto: Por que reténs a noção dos castigos implacáveis, quando Nosso Pai nos oferece o manancial inexaurível do seu amor? Por que atribuis tamanha importância ao sofrimento? Levanta-te! Esqueceste Jesus? Já que o Mestre padeceu por todos, sem culpa, onde estás que não sentes prazer em trabalhar, de qualquer forma, por amor ao seu nome? A psicologia de Alcione é bem mais complexa do que se possa imaginar ao primeiro exame. Na grandeza da sua dedicação, vemos o amor renunciando à glória da luz, a fim de se mergulhar no mundo da morte. Com seu gesto divino, a Terra não é apenas um lugar de expiação destinado a exílio amargurou, mas também, uma escola sublime, digna de ser visitada pelos gênios celestes. Dentro dos horizontes do Planeta, ainda vigem as sombras, a ,oferte, a lágrima... Isso é incontestável. Mas, quem seguir nas estradas que Alcione trilhou, converterão todo esse patrimônio em tesouros opens para a vida imortal. Aqui, pois, oferecemos-te, leitor amigo, tão velhas recordações. Crê, no entanto, que, por velhas, não são menos preciosas. São heranças sagradas do escrínio do coração, jóias de subido valor que espalharemos a esmo, recordando que, se muita gente presume haver alcançado os êxitos retumbantes e a felicidade ilusória no campo vasto do mundo, em verdade ainda não aprendeu nem mesmo a estabelecer a vitória da paz, na experiência sagrada que se verifica entre as paredes de um lar.
Emmanuel(Pedro Leopoldo, 11 de janeiro de 1942)

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